Blog OFF

Vocalista dos Racionais MC’s é detido

O rapper Pedro Paulo Soares Pereira, conhecido como Mano Brown, foi detido e solto na tarde do domingo (2) por falta de provas. De acordo com a polícia, ele foi encaminhado por PMs à delegacia do Juizado Especial Criminal (Jecrim), instalada no Estádio do Pacaembu, na Zona Oeste de São Paulo, após uma confusão na torcida do Santos durante o jogo contra o Corinthians.

A suspeita era de que ele tivesse participado do conflito na arquibancada. Policiais militares teriam recebido a informação de que existiriam imagens feitas por um cinegrafista que mostrariam que o músico teria instigado a confusão. Mano Brown foi, então detido para averiguações, mas as supostas imagens não foram entregues na delegacia. Por falta de provas do suposto envolvimento do músico, ele foi liberado ainda na tarde do domingo, segundo a polícia.

O Jecrim instalado no estádio faz parte de um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) firmado entre a Federação Paulista de Futebol e o Ministério Público do estado para diminuir a violência dentro estádios, arredores, e no trajeto de ida para campo de jogo e volta para casa. Durante clássicos do futebol paulista, é montada uma estrutura em uma unidade da Polícia Civil com peritos médicos e criminais, delegacia, promotoria, defensoria pública e juizado. As ocorrências são registradas durante o próprio jogo e o suspeito e julgado e, se for o caso, condenado no mesmo momento.

O vereador Celso Jatene (PTB), amigo do rapper e também santista, esteve na partida e viu quando o tumulto começou. Ele conta que “houve um desentendimento entre santistas e ele (Mano Brown) foi tentar separar”. Segundo Jatene, câmeras teriam filmado a confusão, mas ele não soube dizer quem teria feito as imagens.

O vereador acompanhou o músico até a delegacia e o esperou para as averiguações. “Fui para ver o que tinha acontecido. Aguardei como um amigo solidário”, disse. Jatene fez questão de ressaltar ainda, que o músico não teve nada a ver com o tumulto ocorrido antes da partida, no cruzamento entre as Ruas Minas Gerais e Dr. Arnaldo.

A reportagem do G1 tentou entrar em contato com Mano Brown, mas não conseguiu.

Confusão antes do jogo
Segundo a Secretaria de Segurança Pública, por volta das 15h30 do domingo, a Polícia Militar fazia o patrulhamento nas redondezas do Estádio do Morumbi, quando avistou cerca de 80 torcedores do Corinthians que se aproximavam de sete ônibus de torcedores do Santos que estavam estacionados.

Os corinthianos estariam aramados com pedaços de madeira, pedras e rojões. Houve confronto e foi necessário que a PM usasse munição química para acabar com o tumulto. O confronto ocorreu no cruzamento entre as Ruas Minas Gerais e Dr. Arnaldo.

Três pessoas foram encaminhadas a Delegacia de Crimes Raciais e de Intolerância (Decrad). Elas portavam pedaços de madeira, três rojões intactos e quatro deflagrados e 11 pedras.

Também foi registrado boletim de ocorrência no 23º Distrito Policial por dano causado a um carro de um bancário que estava estacionado na Dr. Arnaldo.

Reforço nas investigações
Para coibir a ocorrência de incidentes entre torcidas como o registrado neste domingo, foi realizada uma reunião nesta manhã na sede da Federação Paulista de Futebol entre o delegado geral da Polícia Civil, Mário Jordão Toledo Leme, a cúpula da Polícia Militar e o promotor do Ministério Público, Paulo Castilho.

Segundo o promotor, foi fechado um acordo entre as partes para reforçar as investigações e tentar provar que participantes de torcidas estão se organizando para criar conflitos durante partidas ou antes delas. A reunião terminou por volta das 15h e várias medidas foram definidas para “atuar com maior rigidez no combate a essa violência”.

Castilho era o promotor que estava a frente do Jecrin montado no Estádio do Pacaembu neste domingo, durante o clássico entre Santos e Corinthians. De acordo com ele, no conflito que ocorreu antes da partida, por volta das 15h30 no cruzamento entre as ruas Minas Gerais e Dr. Arnaldo, cerca de dez torcedores foram afastados do estádio por desacato ou lesão corporal e devem não poder entrar no local por dois a três meses. Outras três pessoas chegaram a ser detidas. Uma delas era menor de idade e foi devolvido aos pais. Dos outros dois, um foi penalizado com a proibição de assistir aos próximos oito jogos do Corinthians, período em que deverá prestar serviços comunitários no Hospital das Clínicas; e o outro deverá responder a mesma pena, após receber liberação do hospital ao qual foi encaminhado por ter se machucado em conflito durante o jogo.

Mais rigos no país
Ainda segundo Castilho, na última sexta-feira (31), foi assinado no Rio de Janeiro um protocolo de intenções entre a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) e o Ministério Público (MP), onde todos os MPs estaduais e as respectivas federações de futebol irão implantar Jecrim durante os jogos dos principais times de todo o pais.